Mega explosão solar

Forte explosão aconteceu na superfície do Sol no último dia de 2023 pode ser observada no dia 2 de janeiro

Por Redação com informações da Agência Brasil e Nasa

Segundo o Observatório de Dinâmica Solar, explosão solar pode ser vista no clarão brilhante à esquerda e à direita.
Foto: NASA/SDO/Divulgação.

Uma mega explosão solar ocorrida no finalzinho de 2023 pode ser observada no dia 2 de janeiro em pontos específicos do planeta por meio das chamadas auroras boreais. Fenômeno mais comum no norte do planeta, as auroras boreais ou austrais são caracterizadas pela formação de desenhos luminosos e coloridos no céu e são causadas pela radiação emitida pelas explosões solares em contato com nossa atmosfera.

No final do último dia 31 de dezembro, uma forte explosão de classe X foi registrada na superfície do Sol. Esses eventos são classificados de acordo com a quantidade de radiação que eles emitem, podendo ser de classes C, M e a X, o mais forte e raro de todas. A última explosão de classe X foi registrada em 2017.

“No caso da explosão solar de classe X, é mais comum de ela acontecer no intervalo de 11 anos. Por quê? O Sol tem períodos de máxima e de mínima atividade solar. E sabe-se que o período deste ano, de 2024, e do próximo, que é 2025, é um período em que a atividade solar está na máxima”, explicou o astrônomo Adriano Leonês, pós-graduando da Universidade de Brasília (UnB).

O especialista acrescentou que, caso as explosões forem fortes o suficiente, elas poderão ser vistas fora dos polos da terra, onde geralmente o fenômeno costuma ser visualizado.

Aurora boreal, na Ilha Lofoten, na Noruega, como efeito da mega explosão solar.

“Se o sol tiver uma explosão de grande magnitude, como aconteceu em meados do século 20, pode gerar aurora em latitudes mais baixas. Por exemplo, as regiões do sul do Brasil, do Rio Grande do Sul, do Uruguai e da Argentina geralmente não tem aurora, mas que se tiver uma atividade solar de grande magnitude, são regiões que podem ser que você veja a aurora”, afirmou Leonês.

Consequências

Além das belas imagens que as explosões solares causam na atmosfera do planeta, a elevada emissão de radiação solar pode interferir também no funcionamento dos aparelhos eletrônicos. O pesquisador de astronomia da UnB Adriano Leonês lembrou de um caso na primeira metade do século 20 em que teleféricos e outros aparelhos elétricos pararam de funcionar.

No dia 31 de agosto de 2012 a NASA flagrou este grande filamento de material solar durante uma explosão da superfície. Foto: NASA/GSFC/SDO.

“Nosso maior problema é em relação ao funcionamento de itens elétricos porque pode afetar os satélites, afetando tudo que dependa desses satélites para funcionar, como GPS, sinal de trânsito e tecnologias em geral”, destacou o especialista, que acrescentou que hoje é mais difícil afetar as redes de comunicações porque se faz o monitoramento dessas radiações.

“A gente está falando de um fenômeno da natureza, então a gente não crava que não vão ocorrer interferências. Mas é muito difícil porque você consegue desligar o satélite, que é a nossa primeira linha de defesa, para que não tenhamos nenhum tipo de prejuízo”, explicou.

Entenda o que são as explosões solares

As explosões acontecem quando os poderosos campos magnéticos dentro e ao redor do sol se reconectam. Geralmente estão associados a regiões ativas, muitas vezes vistas como manchas solares, onde os campos magnéticos são mais fortes.

Imagem capturada do dia 31 de dezembro de 2023. Foto: NASA/GSFC/SDO.

Os sinalizadores são classificados de acordo com sua intensidade. Os menores são da classe B, seguidos dos C, M e X, os maiores. Semelhante à escala Richter para terremotos, cada letra representa um aumento de dez vezes na produção de energia. Portanto, um X é 10 vezes um M e 100 vezes um C.

Dentro de cada classe de letras, há uma escala mais refinada de 1 a 9. As explosões da classe C são fracas demais para afetar a Terra de maneira perceptível. As explosões de classe M podem causar breves apagões de rádio nos pólos e pequenas tempestades de radiação que podem colocar os astronautas em perigo.

Imagem capturada do dia 28 de outubro de 2003. O maior índice já registrado de potência das explosões solares. Foto: NASA/GSFC/SDO

Embora X seja a última letra, há explosões com mais de 10 vezes a potência de uma X1, então as explosões da classe X podem ultrapassar 9. A explosão mais poderosa já registrada foi em 2003, durante o último máximo solar. Era tão poderoso que sobrecarregou os sensores que o mediam. Eles cortaram em X17, e o flare (o brilho que se vê da explosão) foi posteriormente estimado em cerca de X45.

Uma explosão poderosa de classe X como essa pode criar tempestades de radiação duradouras, que podem danificar satélites e até mesmo dar aos passageiros das companhias aéreas, voando perto dos polos, pequenas doses de radiação. As explosões X também têm o potencial de criar problemas de transmissão globais e apagões em todo o mundo.

O link do vídeo abaixo explica como acontecem as explosões na superfície do Sol. (Vídeo em inglês. É possível ativar a tradução automática nas legendas)

https://www.youtube.com/watch?v=oOXVZo7KikE

Para ver como esse clima espacial pode afetar a Terra, visite o Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA, a fonte oficial do governo dos EUA para previsões, relógios, avisos e alertas do clima espacial. A NASA observa constantemente o Sol e o nosso ambiente espacial com uma frota de naves espaciais que estudam tudo, desde a atividade do Sol à atmosfera solar, e às partículas e campos magnéticos no espaço que rodeia a Terra.