Trabalho social promove equidade juvenil

Programa de parque nacional em Moçambique ajuda garotas a concluir os estudos

Da Redação.

O Clube das Adolescentes (Clube das Raparigas, como é chamado em Moçambique) promove encontros diários das meninas do Ensino Fundamental, no contraturno escolar, para que elas possam estudar e aprender novas capacidades para a sua vida futura.

O programa também oferece materiais e uniformes escolares para permitir que elas se matriculem na escola, já que segundo dados do Clube, a educação das adolescentes não é valorizada nem considerada prioritária como a dos meninos. Elas são marginalizadas devido a normas culturais. Muitas vezes, apenas os garotos são educados além da 7ª série, enquanto as meninas ficam em casa para fazer os serviços domésticos.

Segundo a USAID (sigla em inglês para Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) em uma pesquisa de 2019, cerca de 94% das meninas em Moçambique matriculam-se na escola primária, mas apenas 11% delas continuam no ensino médio.

A pesquisa também aponta que as estudantes nas áreas rurais precisam caminhar por longas distâncias para frequentar as aulas, e a realização de tarefas domésticas dificulta  a dedicação à escola. A taxa de alfabetização feminina de Moçambique é menos de metade da do sexo masculino. A gravidez na adolescência e os casamentos precoces também fazem com que as adolescentes abandonem a escola. De 30 a 40% de todas as moças casam-se antes dos 18 anos.

Além do suporte e incentivo ao estudo, as meninas do Clube das Adolescentes participam de excursões para aprenderem sobre as opções de carreira profissional e receberem aconselhamento de mulheres que atuam no mercado de trabalho.

O programa teve início em 2016 e hoje conta com 50 clubes que atendem 2000 adolescentes. O Clube também fornece bolsas de estudos para as alunas do ensino médio (cinco anos de duração) e técnico. Além disso, os responsáveis por cada Clube das Adolescentes recebem treinamento técnico de três anos de duração.