Por Redação Lisboa.
O negócio do empresário brasileiro Lorenzo Herrero sofreu impactos negativos quando da “uberização” dos serviços de entrega. Lorenzo montou a primeira empresa de entregas em Portugal, há mais de 20 anos. “Com a chegada das grandes plataformas, com o processo de “uberização”, que é global e que tem os seus prós e seus contras, a minha companhia, que é pequena, de repente teve um grande competidor a nível mundial. É muito difícil concorrer com uma empresa grande que tem uma base diferente, que é a tecnológica”.
As repercussões negativas da entrada das grandes empresas no mercado de entrega giram em torno da redução da demanda de trabalho para as menores e o fato de não haver mais necessidade de uma empresa intermediária para contratar os prestadores de serviços. “Eu contrato uma pessoa e ela começa a trabalhar comigo bem. Depois, eu não tenho trabalho suficiente para ela. A minha plataforma não consegue dar encomendas suficientes”, revela.
No entanto, Lorenzo acredita que a entrada das grandes empresas trouxe a flexibilização do trabalho. “Você trabalha a hora que você quiser, do jeito que você quiser e quanto mais for conveniente. É liberdade”, argumenta. Porém, o empresário questiona a falta de regulamentação dos trabalhadores na Uber e nas outras plataformas. “É difícil encontrar um equilíbrio entre a liberdade e a regulamentação”, aponta. Metade dos trabalhadores da empresa de Lorenzo possui contrato de trabalho e a outra metade emite recibos verdes. No que diz respeito às nacionalidades, há muitos imigrantes indianos, nepaleses e brasileiros que compõem a equipe de trabalho da empresa.