Inteligência artificial aliada a um sistema de monitoramento trabalham juntos para ajudar na preservação e proteção das onças no Pantanal
Por Redação, São Paulo.
A Associação Onçafari trabalha pela preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás. No Pantanal, a ONG conta com 300 câmeras espalhadas pela região, que são acionadas durante 30 segundos sempre que um animal passa em frente. Com isso, a associação acaba recolhendo uma quantidade enorme de imagens e isso gera um tempo muito longo para analisar os vídeos.
Um projeto que teve início no começo de 2023 está utilizando a inteligência artificial, por meio de um software desenvolvido especialmente para a Onçafari, que vai reduzir o tempo no qual os biólogos ficam fazendo a triagem das imagens. Isso porque, segundo a equipe técnica da associação, as câmeras são acionadas pelo movimento por meio de um sensor. Assim, além dos animais, o vento, uma ave ou até folhas e galhos que caem acionam o seu funcionamento.
O novo sistema está permitindo fazer a separação das imagens de acordo com a espécie gravada e descartando imagens que são geradas por outras intercorrências. Quando isso acontece o algoritmo do programa desenvolvido entende que não tem nenhum animal passando ali na frente da câmera e descarta a gravação.
Além disso a Onçafari começou um mapeamento das câmeras e o sistema poderá identificar, por meio do GPS, exatamente o local onde a equipe da associação instalou essas câmeras. Com isso, o programa enviará automaticamente uma informação para os biólogos, como por exemplo, de quando eles precisam voltar ao campo para recolher a câmera para analisar as imagens.
Todo esse sistema da Onçafari está em processo de teste e aprimoramento. A equipe técnica explica que os dados estão começando a ser recolhidos e organizados e que em breve poderão ser divulgados.
Preservação, pesquisa e educação
A Associação Onçafari surgiu em 2010 e desde então trabalha pela preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás. Além de promover a conservação do meio ambiente, a associação contribui com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserida.
Ela atua em quatro dos seis biomas brasileiros: a Mata Atlântica, o cerrado, a Amazônia e o Pantanal onde começou a associação. Dentre as frentes de trabalho da Onçafari, estão o Ecoturismo, Pesquisas Científicas, Proteção às Florestas, Educação, Social e Reintrodução.
Segundo Lilian Rampim, coordenadora geral da equipe de campo, onças e lobos são acompanhados pelo monitoramento contínuo, o que possibilita que sejam estudados seus comportamentos e assim a Onçafari elabore pesquisas científicas junto a órgãos ambientais.
De acordo com a coordenadora geral o ecoturismo para além da observação das onças e lobos de perto, incentiva a valorização dessas e outras espécies nativas na região. Por trás da atividade turística também estão maiores chances de crescimento para todo o ecossistema, dos proprietários de terra que podem diversificar as atividades econômicas para além da pecuária a comunidade local que conta com mais e melhores oportunidades de trabalho.