Projeto piloto da Fundação Smart City CV ajudou comunidade carente na capital da ilha africana durante a pandemia.
Da Redação.
Safende, que fica na capital de Cabo Verde, Praia, é considerado um dos piores bairros não só da capital, mas de toda Cabo Verde, pela falta de estrutura, violência e falta de acesso aos recursos básicos de cidadania.
Em busca de atender à população local durante o isolamento da pandemia, a Fundação Smart City se uniu à associação da comunidade do bairro e disponibilizou um aplicativo para o Safende. O aplicativo permitiu que as pessoas se comunicassem com a associação e assim pudessem relatar qualquer problema enfrentado, desde casos de saúde e alimentação até situações de violência. Graças a essa ação, a associação do Safende se tornou praticamente um órgão oficial do governo cabo-verdiano.
Também por meio deste aplicativo os órgãos de assistência social do país puderam viabilizar a entrega de cestas básicas para o bairro. Lóide Monteiro, presidente da Fundação explica que “como o governo não possuía nenhum cadastro dos moradores e o acesso era muito ruim, as cestas eram enviadas à associação e as pessoas se dirigiam até lá para retirar.”
O projeto de bairro smart no Safende também criou três grandes centros de acesso à internet em locais estratégicos, nos quais as pessoas utilizavam a rede diretamente em seus celulares ou a partir dos computadores disponibilizados nos centros.
Outra ação que aconteceu nesse processo foi para as crianças, em conjunto com o trabalho de acolhimento das mulheres do bairro, que na maioria são as responsáveis pelas suas famílias. Enquanto as mães participavam de atividades comunitárias, as crianças contavam com telões nos quais podiam acessar o YouTube e assim participar das aulas online durante a pandemia e em outros horários, utilizando o espaço para diversão.
Lóide Monteiro explica que este projeto está diretamente ligado aos princípios de seu trabalho. “Não queremos ficar somente na questão de resolver o problema da pobreza. Queremos criar riqueza para as pessoas saírem da pobreza. Senão ficaremos sempre nesse círculo vicioso e não saímos por uma tangente”, completa.