A Associação Batoto Yetu criou uma plataforma para divulgar a presença dos africanos na cultura portuguesa
Por Redação.
Uma compilação de documentos sobre a história da África. Essa é a definição da Digital African Memory – DAM (Memória Digital Africana em português) criada pela Associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu, sediada em Lisboa. Os materiais reunidos na plataforma, direcionados para estudantes universitários ou investigadores, não são conhecidos pelo grande público, no entanto, possuem importância como acervo de pesquisa para dar a conhecer as histórias, estudar e recriar artisticamente. A intenção do projeto é, além disso, deixar uma marca na educação daqui para a frente como uma ferramenta suplementar aos estudos.
Um dos principais objetivos da plataforma Memória Digital Africana é dar a conhecer a presença e influência dos vários povos africanos na cultura portuguesa ou lusófona. Esta informação, que se encontra dispersa em vários documentos, vídeos e informações menos acessíveis ao público, pode servir para estudos académicos, peças artísticas, acompanhamento histórico, consciencialização da importância científica, artística, humana e social das culturas africanas nos dias de hoje.
“Parte desta informação sustenta as nossas visitas guiadas pelos espaços de memória da presença africana em Portugal”, afirma Djuzé (também conhecido como Lino Neves), da Batoto Yetu. A associação realiza essas visitas aos sábados em Lisboa.
“Outro dos objetivos desta plataforma é, por isso, evidenciar momentos históricos relevantes que possam ser celebrados, e readaptados em vários formatos úteis para toda a sociedade nos dias de hoje”, observa.
Djuzé destaca que a dificuldade é a sustentabilidade financeira do projeto. A associação vem buscando apoios financeiros e contributos a título pessoal ou por via académica (história, antropologia, arqueologia, etc…) para manter a plataforma. “Precisamos de suportes que possam nos ajudar a reunir informações científicas sobre esta história comum pouco conhecida, e que demonstra um pouco do enorme contributo dos vários povos africanos que por aqui passaram, e ajudaram a construir aquilo que é hoje Portugal, a Península Ibérica, a Europa e o mundo”, completa.
A Biblioteca Digital está dividida por temas: arte, espiritualidade, religião, sociedade, toponímia e vídeos e pode ser acessada através deste link.