Projeto que engloba oito países da CPLP vem desenvolvendo ações de fortalecimento da cultura digital
Por Redação, Lisboa.
Com o objetivo de democratizar o acesso ao conhecimento científico nos países lusófonos e promover a transformação digital na sociedade e nas organizações, o movimento sem fins lucrativos Lusofonia Digital vem sendo desenvolvido nos países de língua portuguesa.
Formalizado em maio de 2023, o projeto abrange oito capítulos nacionais – ações nos países de língua portuguesa, exceto Guiné Equatorial – nas áreas da inovação, estratégia, tecnologia, universidades, futuro do trabalho, liderança e competências.
“Nós somos um ecossistema de cidadãos que pretendem acelerar o desenvolvimento social, econômico e educacional dos países lusófonos na era digital, sem qualquer tipo de remuneração, somos voluntários”, explicou o curador global do projeto, Pedro Martins, à Lusa.
As ações são, por exemplo, programas de rádio local, em desenvolvimento em Angola, que está produzindo um estudo sobre a participação das mulheres nas empresas de tecnologia lusófonas.
O projeto vai permitir democratizar o conhecimento e dar acesso aos recursos para impulsionar a digitalização da informação. Moçambique, por exemplo, está investindo na inclusão digital. No país, há cerca de quatro anos apenas 15% da população tinha acesso à internet, e atualmente o número ronda os 30%.
Em Moçambique, já aconteceram eventos em parceria com universidades, nomeadamente webinars “em que se puderam partilhar experiências relativas às competências digitais e da sua aplicabilidade”, disse a curadora da Lusofonia Digital de Moçambique, Sázia Sousa. A intenção é usar esta plataforma de conhecimento, em parceria com instituições econômicas e sociais, para divulgar estudos e pesquisas de informação, para capacitar as pessoas para o uso das ferramentas digitais.
A Lusofonia Digital conta com a atuação de representantes de 22 universidades dos países de língua portuguesa. O projeto não é uma associação tecnológica e sua proposta é influenciar empresas, universidades e organismos com recomendações e não com imposições, de modo a acelerar o desenvolvimento na era digital.
Além disso, cada país da lusofonia tem um caminho específico a ser seguido, em virtude das necessidades de cada um.
A discussão no âmbito da era digital é importante já que vivemos o metaverso e estamos prestes a viver o impacto da quinta geração da inteligência artificial, de acordo com Pedro Martins.