A Sala Museu do “grande combatente pela independência africana” apresenta em fotos, vídeos e objetos, quem foi Cabral
Por Larissa Silva, Lisboa.
No Planalto da Cidade da Praia, conhecido como Plateau, encontra-se em um prédio histórico a sede da Fundação e Sala Museu Amílcar Cabral. Uma casa que abre espaço para a promoção e divulgação da luta pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde e, principalmente, do líder Cabral.
A Fundação conta com salas de exposição, fotos, vídeos, livros e materiais. Cabral aparece ao lado de crianças, adolescentes, alunos, colegas combatentes que cruzaram com os seus ensinamentos de luta e resistência, fundamentais para luta anticolonial nos países onde Portugal dominou por séculos.
Os visitantes podem assistir vídeos com depoimentos de cabo-verdianos e guineenses que lutaram pela liberdade, editado com fotos de Cabral, do povo e com música da cantora de Cabo Verde, Cesária Évora. É possível conhecer objetos pessoais de Cabral, como uma mala que foi adquirida por ele no final dos anos 60, duas camisas e o famoso súmbia, um gorro feito de lã ou algodão que muitos homens africanos usam. O espaço disponibiliza livros tanto para consulta como para a compra.
No meio do centro histórico da Cidade da Praia, Cabral tem um espaço dedicado à sua história, apresentando a todos que passam por ali o caminho que Cabo Verde e Guiné-Bissau fizeram para chegar à independência.
O famoso Súmbia
Nas fotos e representações de Cabral, em sua maioria, o súmbia está em sua cabeça. Segundo a história que está exposta na sede da Fundação, em 1962 o líder “estava num encontro com camponeses mandingas da região do Olo, um dos bastiões da resistência à penetração colonial, na fronteira norte da Guiné com o Senegal”, e ao final de uma longa explicação sobre as razões da luta pela libertação, uma das pessoas presentes, “talvez o mais velho, emocionado”, decidiu dar o seu súmbia e em seguida colocou na cabeça de um dos fundadores do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde).
Depois desse encontro, um camponês guineense, “militante da nossa causa libertadora”, criou uma imagem de marca de Cabral que passou a usar sempre em viagens pelo interior do país e no exterior.
Informações sobre a Fundação Amílcar Cabral podem ser encontradas aqui neste link.