Bambu é utilizado para aliviar desastres naturais em Moçambique
Da Redação.
O bambu pode funcionar como mecanismo para a mitigação dos desastres naturais, associados a alterações climáticas e déficit habitacional na região de Moçambique. Essa é a conclusão a que chegou Paulino Botao em sua dissertação de mestrado. O projeto prevê o uso do bambu na construção de habitações verdes nas comunidades afetadas pelo ciclone Idai em Moçambique.
Segundo Paulino Botao, o bambu tem a capacidade de recuperar solos degradados, controlar a erosão e sequestrar o dióxido de carbono. Além disso, graças ao seu rápido desenvolvimento e a sua regeneração tornam-o um excelente material de construção sustentável, uma vez que pode ser rapidamente transformado em infra-estruturas de emergência, tais como abrigos, pontes e canoas. Preventivamente, a arquitetura de bambu pode combater as inundações através da expressão tipológica, como edifícios empilhados.
Além disso, a utilização do bambu de forma sustentável pode criar empregos, fornecer habitação decente e acessível, alimentar e salvar vidas.
Devido à sua localização geográfica, Moçambique está propensa aos efeitos das alterações climáticas, tais como ciclones tropicais, cheias e secas. Recentemente, dois ciclones fortes afetaram milhares de pessoas. Em 2019, um ciclone Idai, afetou 1,85 milhões de pessoas; e em fevereiro de 2023, o ciclone Freddy, considerado o mais longo da história, atingiu o país duas vezes, causando danos a mais de 887.000 pessoas.
Em paralelo, Paulino desenvolveu outro projeto para a construção de um centro educativo e de investigação sobre serviços de ecossistemas de bambu como uma solução potencial a médio prazo para a proteção ambiental e o desenvolvimento rural sustentável em Moçambique. Este projeto está em fase de obtenção de financiamento através de uma campanha de crowdfunding.