Português é opção procurada na universidade de Adis Abeba.
Da Redação.
A promoção da língua portuguesa em outros países: esse é o objetivo de Isabel Boavida, professora responsável pelo Departamento de Línguas Europeias Modernas (português, espanhol, italiano e alemão) da Universidade de Adis Abeba, na Etiópia. Isabel, que é portuguesa, foi convocada pelo Instituto Camões em 2012 para ensinar a sua língua naquele país, mas já tinha uma paixão pela Etiópia em razão das obras de Hugo Pratt, especificamente “As ´Etiópicas’ do Corto Maltese”, livro de quadrinhos sobre mitos e lendas.
Segundo Isabel, há um conjunto de pessoas na universidade de Adis Abeba com significativo interesse na cultura portuguesa. Prova disso é que já existe também um programa de rádio com este enfoque. A instituição já conta com um total de 27 licenciados na variante de português e italiano do curso de Línguas Europeias Modernas. Alguns desses licenciados trabalham em embaixadas ou na função pública.
O Instituto Camões abriu um programa de ensino da língua portuguesa em Adis Abeba, Etiópia, em 2007, mas faltaram voluntários. Dentro dessa proposta surgiu Isabel, que já havia estado no país africano em 2000 para participar de uma conferência internacional de estudos etíopes.
A partir daí, Isabel passou a pesquisar as relações nos séculos XV e XVI entre Portugal e Etiópia com o investigador Manuel João Ramos. A Etiópia era o país do rei cristão Preste João, que seria um possível aliado de Portugal na luta contra os muçulmanos, mas, na verdade, era um estado frágil que contou com a ajuda de portugueses em alguns momentos.