Mundial de 2026 abriu novas vagas para africanos, mas concorrência segue alta
Por Redação.
Foi apenas uma vez que alguém do grupo dos países africanos de língua oficial portuguesa teve a oportunidade de jogar uma Copa do Mundo, no caso a Angola, em 2006. Vinte anos depois, na Copa de 2026, isso pode mudar.
Em novembro é dada a largada das Eliminatórias Africanas para o Mundial que será sediado nos Estados Unidos, Canadá e México. E nunca houve tantas vagas disponíveis.
Com a anunciada reformulação da Copa do Mundo, o torneio passará a ter 48 participantes, o que praticamente dobrou o número de seleções classificadas pela Confederação Africana de Futebol (CAF). Se antes eram cinco, agora serão nove, com a chance de mais uma a partir da repescagem internacional.
Nesse sentido, países do chamado PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), podem, então, sonhar com, ao menos, mais uma participação. Alguns até mais do que outros.
Angola e Cabo Verde, por exemplo, são os melhores posicionados para disputar o Mundial de 2026. O primeiro, ora, pela tradição; o segundo por ter a melhor posição entre o grupo no ranking da FIFA; ambos por terem referências técnicas de carreira internacional.
Os angolanos Hélder Costa (Leeds United-ING) e Luvumbo (Cagliari-ITA) formam a dupla criativa dos Palancas Negras, enquanto os caboverdianos Bryan Teixeira (Sturm Graz-AUS) e Bebé (Rayo Vallecano-ESP) são os responsáveis pelos gols dos Tubarões Azuis.
A grande ironia é que Angola e Cabo Verde estão no mesmo grupo das Eliminatórias para a Copa do Mundo 2026, o D, que tem Camarões como principal candidato à vaga direta.
Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe também dividem um grupo, o H, que tem a Tunísia como seleção mais tradicional. O primeiro, inclusive, também merece ser observado com maior atenção, tendo experimentado um salto expressivo no ranking da FIFA.
Do sorteio dos grupos das Eliminatórias Africanas para a Copa de 2022 ao da edição de 2026, a Guiné Equatorial pulou do 139º lugar para o 111º, o maior entre os PALOP.
Completando o eixo, Moçambique (que caiu no ranking no mesmo recorte, de 116º para 117º), atua pelo grupo G, de Argélia e Guiné. Guiné-Bissau, por sua vez, joga pelo grupo A, de Egito e Burkina Fasso.
Momento histórico alimenta sonho, mas realidade é de alta concorrência
Para além do aumento de vagas, o momento futebolístico dos PALOP alimenta o sonho de uma participação na Copa do Mundo de 2026. Recentemente, o grupo finalizou as Eliminatórias para a Copa Africana de Nações com uma façanha histórica.
Nada menos que cinco dos seis países jogarão a edição de 2024 do torneio — a competição originalmente seria em 2023, mas foi adiada —, com apenas São Tomé e Príncipe ficando de fora.
O número representa um salto e tanto das três seleções participantes da última edição, em 2021. Na ocasião, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e Cabo Verde foram os representantes PALOP, até então a participação mais numerosa da história do grupo no torneio.
Ainda assim, a situação não é simples para o eixo. Apesar das nove vagas diretas para a Copa, a concorrência é altíssima. O continente africano conta com nada menos que dez seleções com mais de uma participação no Mundial. Oito delas, inclusive, são cabeças de chave dos nove grupos das Eliminatórias Africanas.
Das restantes, apenas a África do Sul caiu no mesmo grupo de umas das equipes do “G10” mais tradicional do continente, junto da Nigéria, no grupo C. No grupo I, Gana, que teve participação de destaque na Copa de 2022, terá Mali como cabeça de chave.
Veja aqui a tabela completa das Eliminatórias da CAF para a Copa do Mundo de 2026.