Os legados de Agostinho Neto

O médico, poeta e escritor lutou pela independência de Angola proclamada em 1975

Por Redação, Lisboa.

Agostinho Neto foi o primeiro presidente de Angola, tendo se destacado como parte da geração de estudantes africanos que desempenharam um papel decisivo na independência dos seus países na Guerra Colonial Portuguesa no Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola que tinha como lema “Vamos Descobrir Angola”. Nascido em Kaxicane, região de Ícolo e Bengo, Angola, em 17 de setembro de 1922, Agostinho era médico e escritor. Nesse dia (17 de Setembro), Angola celebra o Dia do Herói Nacional, comemorando a data em que Agostinho Neto nasceu.

Relativamente à sua luta política, foi Presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), em 1975. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz. Agostinho Neto foi viver em Portugal em 1974 para estudar Medicina. Nesse país ele iniciou a sua ação política. O ex-presidente colaborou, junto com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque, nas revistas “Momento” e “Mensagem” – órgãos da Associação dos Naturais de Angola -, em Coimbra. No entanto, os seus poemas e artigos de cunho político e contestatário junto com a sua militância fizeram com que fosse perseguido e preso pela PIDE – Polícia Internacional de Defesa do Estado, órgão repressor da ditadura Salazarista que combatia os movimentos nacionalistas das colônias portuguesas.

Após ser solto, Agostinho Neto retomou sua atividade política e intelectual, fundado, em Lisboa, em parceria com Amílcar Cabral, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro, o Centro de Estudos Africanos, orientado para a afirmação da nacionalidade africana. Em 1951, foi nomeado como representante da Juventude das colônias portuguesas junto do MUD – Juvenil (Movimento de unidade democrática-Juvenil).

Formou-se em Medicina em 1957, ano em que também participou da fundação do Movimento Anticolonialista (MAC) que congregava patriotas das colônias portuguesas para uma ação revolucionária conjunta de Angola, Guiné, Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé e Príncipe.

Agostinho Neto voltou a viver em Angola em 1959 para trabalhar como médico no seu país, mas continuou a exercer sua militância a favor da independência e foi eleito, em 1960, Presidente Honorário do MPLA.

Em 1963, Agostinho Neto foi eleito novamente presidente do MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento. A partir desse ano, a luta armada contra o domínio colonial se intensificou até que, em fevereiro de 1975, o ex-presidente de Angola regressou a Luanda. Nesse mesmo ano, ele participou da assinatura do acordo para a constituição do “governo de transição”, em Alvor, Portugal, representando o MPLA. Em 11 de novembro de 1975, Agostinho Neto proclamou a independência de Angola, dirigiu o MPLA em Angola durante os primeiros anos de independência, mas morreu em 10 de setembro de 1977, em Moscou, na União Soviética. Agostinho Neto deixou como legados a independência e a liberdade do povo angolano.