Nasce uma bienal em Guiné-Bissau

MoAC Biss é importante mostra de artes e literaturas do país

Da Redação.

Aconteceu durante todo o mês de maio, na Guiné-Bissau a primeira MoAC Biss – Mostra de Arte e Cultura da Guiné-Bissau, que contou com conferências, lançamento de livros, palestras, exposições de fotografias, filmes, apresentações musicais, entre outras atividades artísticas.

A Mostra, que será transformada em uma bienal foi coordenada pelo sociólogo Miguel de Barros, da organização não governamental Tiniguena. A MoAC Biss quis valorizar e debater a diversidade da produção cultural guineense e coincidiu com os 50 anos da Proclamação da República da Guiné-Bissau. A curadoria foi dividida de forma temática: literatura sob os cuidados da linguista Zaida Pereira; artes visuais, cênicas e performativas está a cargo do artista plástico Nu Barreto; e as conferências têm a curadoria do sociólogo António Spencer Embaló.

Miguel de Barros na apresentação da Mostra ressaltou que “ela visa estabelecer passos e formas para o processo de elaboração do pensamento crítico, criativo e prepositivo sobre o estado da Cultura capaz de influenciar a produção de políticas e instituições culturais profissionalizadas e engajadas como meios e instrumentos orientadores da ação de promoção, valorização e desenvolvimento cultural, numa perspectiva que contribua para a transformação do potencial existente e a sua apropriação pelos atores públicos, privados, da sociedade civil, dos financiadores e de todos os stakeholders do setor da cultura”.

Zaida Pereira em conversa com o Portal Vozes ressaltou que “a Literatura integrou esta mostra, enquanto expressão estética, veículo e repositório de aspectos, embora ficcionados, da história e da cultura do nosso país”. Zaida explica que as obras que foram lançadas e/ou apresentadas na mostra integram diferentes categorias:  poesia, conto, romance, dramaturgia e uma reedição de um livro de coletânea de contos de repositório da cultura de tradição oral.

A curadora de literatura também destacou a diversidade cultural neste processo: “a Mostra procurou integrar autores/escritores, mulheres e homens, alguns com várias obras publicadas, outros estreantes, residentes tanto no País como no estrangeiro: no Brasil e em Portugal, neste caso específico”. A Moac Biss contou com a presença de brasileiros como explicou Zaida Pereira. “A Mostra integrou também pesquisadores que procuram estabelecer um diálogo com a literatura – caso da professora Patrícia Godinho Gomes, historiadora, professora convidada da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Anderson Júlio Lobone, escritor brasileiro, que realizou uma palestra sobre o bloqueio do escritor.

A abertura da Mostra contou com a apresentação do documentário autobiográfico “Pretu Funguli”, do artista plástico e curador da MoAC Biss, Nu Barreto, que retrata o seu olhar sobre as questões de transformações sociais e econômicas na Guiné-Bissau e como elas que impactaram sua vida. Também aconteceu uma performance do artista, poeta e autor Marinho de Pina, da Guiné-Bissau, dialogando com os textos de Mussá Baldé, jovem poeta guinense, do líder político e ativista Amílcar Cabral (1924 – 1973) e com as letras do grupo guinense dos anos 1970, Super Mama Djombo.