Seleção chegou entre os oito finalistas juntamente com Angola que não conseguiu superar a Nigéria na quartas de final
Por Thiago Cassis
A equipe angolana foi a primeira a garantir a vaga para as quartas de final. Passou com tranquilidade por cima da seleção da Namíbia, 3 a 0, No entanto, não conseguiu super a forte Nigéria, que ainda não perdeu na competição.
A outra seleção de língua portuguesa a se credenciar para a próxima etapa foi Cabo Verde! Os caboverdianos não tiveram vida fácil frente à Mauritânia. Apesar de dominar o jogo, os Tubarões Azuis, como é chamada a seleção de Cabo Verde, pecou nas finalizações e não conseguiu marcar até o final, quando aos 41 minutos o atacante Gilson Benchimol, que entrou na partida pouco tempo antes, foi derrubado na área. Pênalti! Ryan Mendes bateu forte para abrir o placar e garantir a classificação de sua equipe.
Cabo Verde enfrentará, na próxima fase, a equipe da África do Sul. O jogo acontece no dia 3 de fevereiro. Os caboverdianos também chegam invictos a essa fase da competição. Sobre os motivos da boa campanha da seleção caboverdiana, o jornalista esportivo local, Marcos Xuster, acredita que “a força do grupo tem sido o nosso principal trunfo. O jogo coletivo faz muita diferença em África, principalmente contra as seleções que têm grandes estrelas na Europa. Por isso, nós apostamos no grupo e não em individualidades. Assim conseguimos contrariar essas seleções que normalmente são mais fortes fisicamente”.
Para Xuster, os Tubarões Azuis estão “com um volume de futebol que dá confiança para encarar qualquer adversário. Também estamos com a estrelinha da sorte, marcamos sempre no fim”.
Já Guiné Equatorial, outra equipe de língua portuguesa que disputou as oitavas de final, não teve a mesma sorte. Apesar da excelente primeira fase, os guineenses sucumbiram frente a seleção de Guiné, e perderam por 1 a 0, dando adeus ao torneio disputado na Costa do Marfim.
Cabo Verde e seu projeto de crescimento no futebol
“O sucesso vem de muito trabalho, muita organização, muita planificação e muita dedicação” assim o vice-presidente da Federação Caboverdiana de Futebol, Paulo Santos, explica a boa campanha dos Tubarões Azuis. Assim como outras seleções africanas, Cabo Verde conta com muitos atletas que nasceram fora do país, mas que como coloca o dirigente “tem um amor e um sentimento de pertencimento em relação à pátria”. Trata-se de filhos de caboverdianos que emigraram para outros países, mas que retornam para defender a seleção do país do qual saíram seus pais.
Sobre o momento atual do futebol em Cabo Verde, Santos aponta que “estamos a passar por um momento de reorganização, estamos a trabalhar as escolas de iniciação desportiva, o departamento técnico da federação está sendo montado com profissionais a altura para que nós possamos potencializar a formação”.
Ainda nas palavras de Paulo Santos, “temos trabalhado para que as seleções, masculina e feminina, possam competir em um patamar mais elevado e comecem a estar mais presentes nas diferentes competições africanas”, o dirigente reforçou a necessidade de muito trabalho para atingir níveis mais altos no futebol mundial, e deixa claro o grande sonho do projeto: “Cabo Verde é um país que ama futebol, o país está em completo transe com nossa participação na Copa Africana, mas nosso grande objetivo é chegar na Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, país onde temos uma comunidade de quase 1 milhão de caboverdianos.”
Angola: Competitividade e confiança
“É a seleção mais coesa que temos, tecnicamente os jogadores são muito bons. Muitos desses atletas jogam fora e participam de torneios competitivos, e isso ajuda a não sentir tanta pressão”, assim a jornalista esportiva angolana, Domingas Mulenza, classifica o momento atual da seleção de seu país. Para ela, os bons resultados das fases iniciais tornaram a equipe “mais competitiva e confiante”.
Quando questionada sobre os melhores jogadores de Angola até aqui, a jornalista é bem direta, “sem dúvida nenhuma Gelson Dalla (segundo artilheiro da competição, com possibilidade de ser o maior goleador já que o está em primeiro já foi eliminado), Mabulu que tecnicamente têm apresentado um futebol de alto nível e Gilberto (Gibelé), com muita qualidade nos dribles e extremamente importante na hora de segurar o jogo”. Para Domingas os goleiros da seleção também são pontos fortes do esquadrão angolano.
Apesar de toda qualidade que assistimos em campo na atual edição da Copa Africana, Mulenza faz uma advertência acerca da visibilidade da competição, “a mídia de forma geral não dá a devida importância para o torneio. Vou falar pelo Brasil, que é o local onde resido, são poucas pessoas que sabem que está tendo esse torneio, poucos acompanham e sequer conhecem os atletas e a própria mídia não faz questão nenhuma de mudar essa situação”.
Os jogos da Copa Africana de Nações estão sendo transmitidos no Brasil pelo canal pago Band Sports.