Rio de Janeiro, 5 set (Xinhua) – O governo brasileiro e outros sete países aderiram a uma iniciativa internacional de microcrédito ambiental com o objetivo de financiar projetos locais de desenvolvimento sustentável, com ênfase na participação de comunidades indígenas no Brasil, informaram fontes oficiais nesta sexta-feira.
A Iniciativa Global de Microfinanças para Ação Liderada Localmente, aprovada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, sigla em inglês) e implementada pelo Banco Mundial, terá financiamento direto de US$ 9,2 milhões e co-financiamento estimado em até US$ 1,5 bilhão. O programa inclui Brasil, Colômbia, Madagascar, Nigéria, África do Sul, Tanzânia e Turquia.
O projeto visa fortalecer o ecossistema de microfinanças com foco em soluções ambientais e climáticas baseadas na comunidade, ampliando o acesso a recursos financeiros para pequenas empresas e empreendedores dedicados à conservação da natureza, ao uso sustentável de recursos e à adaptação às mudanças climáticas.
No Brasil, a iniciativa prevê um aporte inicial de US$ 750 mil do GEF para apoiar iniciativas lideradas por comunidades indígenas. O plano de trabalho, que terá início entre agosto e setembro de 2025, será desenvolvido em conjunto com o Ministério dos Povos Indígenas.
Como ponto focal operacional do GEF no Brasil, o Ministério da Fazenda participou da análise, coordenação interministerial e endosso institucional necessários para facilitar a participação do país no programa.
Os resultados esperados incluem a capacitação de organizações indígenas para o desenvolvimento de seus próprios mecanismos de microfinanças, o lançamento de projetos-piloto de microcrédito para negócios sustentáveis liderados por povos indígenas, o apoio a iniciativas resilientes ao clima com integração às cadeias produtivas e o intercâmbio de experiências nacionais e internacionais sobre instrumentos financeiros adequados para comunidades indígenas.
De acordo com o governo brasileiro, a iniciativa está alinhada aos esforços contínuos para fortalecer o papel dos povos indígenas e tradicionais na agenda do desenvolvimento sustentável, promovendo sua autonomia econômica e valorizando seus conhecimentos ancestrais como ativos estratégicos na resposta às crises climática e de biodiversidade.