Ilha do Timor-Leste produz 12 mil litros de água por mês a partir de luz solar e do ar.
Da Redação.
Já imaginou viver em um local sem acesso a água limpa para beber e cozinhar? Essa era a realidade de Atauro, no Timor-Leste, que fica a 25 quilômetros da capital Díli. Essa situação mudou graças a um projeto que transformou 80 hidropainéis movidos a energia solar na principal fonte de água potável para a população da ilha. Eles captam e purificam água do ar, em um processo semelhante ao da destilação.
Os hidropainéis em Atauro produzem 12 mil litros de água potável por mês. Antes deles, os quase dez mil moradores da ilha só tinham acesso a água fresca enviada de outras regiões, ou quando era possível captar água da chuva. Essa nova tecnologia se transformou em uma fonte de recurso hídrico indispensável para a região.
Além da geração de água, o projeto na ilha de Atauro tem grande impacto sustentável: reduz o desperdício de plástico gerado pelo descarte de garrafas. “As pessoas que vivem em Atauro não tiveram a oportunidade de beber água limpa que não fosse embalada em plástico“, destaca Rob Bartrop, diretor de receita da Zero Mass Water à Thomson Reuters Foundation.
O trabalho com os hidropainéis para população de Atauro começou em 2018 e é uma iniciativa da Zero Mass Water em parceria com a organização sem fins lucrativos Conservation International. “Pela primeira vez eles têm uma fonte renovável de água em que podem confiar“, comemora Rob Bartrop.
Assim como Atauro, outros locais sofrem com o aumento da temperatura provocada pelas mudanças climáticas e carecem de infraestrutura hídrica. O trabalho realizado na ilha timorense é um dos primeiros da Zero Mass Water a atender uma comunidade inteira. A tecnologia já era aplicada em escolas, casas e empresas em mais de 35 países. Em outro projeto, também no Timor, voltado para os cafeicultores da região do vilarejo de Duhoho, a empresa instalou 30 hidropainéis para a extração de água limpa a partir do ar, para ser utilizada na plantação e para o consumo das famílias. “Esperamos que haja muito espaço para replicar e expandir esta tecnologia em locais vizinhos da região“, defende Bartrop.