Em Cabo Verde, técnica usa 90% menos água e reduz agrotóxicos
A Afroponic Aeroponics levou a aeroponia para Cabo Verde. Nela o cultivo é feito sem o uso do solo. Ela consiste em pendurar as plantas suspensas no ar e deixar suas raízes livres de terra ou substratos. O sistema se utiliza de pulverizadores para regar as raízes com uma solução nutritiva, contendo tudo o que a planta precisa.
Helder Silva, fundador da empresa, também é músico conhecido em Cabo Verde como Havy H, descobriu a aeroponia durante a pandemia, quando cessaram os trabalhos presenciais. Este sistema utiliza 90% menos água que o sistema tradicional e não necessita de muito espaço e nem de terra para oferecer produtividade. Com isso, Hélder quer ajudar a atacar dois grandes problemas do arquipélago que são a falta de solo para o plantio e a falta de chuvas, que impedem o desenvolvimento agrícola do país.
Sem contar com os ganhos de qualidade e sabor dos alimentos, pois nesse sistema não se utiliza nem um tipo de agrotóxico e por não ter contato com adubo e nem estar plantado na terra não desenvolve pragas.
Na Afroponic aeroponics de Helder as plantas ficam em torres que utilizam o espaço equivalente a dois pés de alface plantados. Assim cada torre pode cultivar até 52 plantas simultaneamente. No sistema tradicional de plantio uma área plantada de 1.000 m2 utiliza entre 40 e 50 toneladas de água para produzir verduras e legumes, a alface, por exemplo, precisa de 45 dias para ser produzida e gasta 40 litros de água. Com a aeroponia o tempo de produção cai para 21 dias e utiliza somente ½ litro de água. Sua primeira plantação aconteceu em outubro de 2022 e desde então já fez três colheitas. Entre os produtos produzidos estão pepino, quiabo, alface, beterraba, brócolis, mostarda, ervas aromáticas, pimenta malagueta, salsa, coentro e couve. Por enquanto Helder vende a produção a restaurantes, mercados e pessoas preocupadas com a qualidade dos alimentos, enquanto trabalha na divulgação do sistema da aeroponia para vender a tecnologia em escala no país.
